Com a elevação à categoria de ícones da história da relojoaria de modelos como o Nautilus da Patek Philippe, o Royal Oak da Audemars Piguet ou o Octa da Bulgari nos últimos anos, também o designer Gerald Genta, que lhes traçou os primeiros esquissos, foi colocado num pedestal do Olimpo dos TiqueTaques.
Aliás a Bulgari, teve o pão e o queijo na mão quando adquiriu em 2000 os direitos da marca, juntamente com a Daniel Roth, ao grupo "The Hour Glass" de Singapura, nessa altura gerida pelo pai de Michael Tay. E o que fizeram os iluminados da Bulgari, então comandadas por um CEO chamado Francesco Trapani? Começaram por diluir a marca numa dupla assinatura Bulgari e Gerald Genta, apenas para mais tarde riscar totalmente a referência do prolifico designer do mostrador. Quanto ao design, esse ficou. Um caso claro de apropriação cultural, disseram alguns nessa altura.
E se a Patek Philippe nunca ignorou o designer, mas também nunca o sublinhou, a Audemars Piguet nunca manifestou muito entusiasmo em fazer a associação do nome Genta à sua galinha dos ovos de ouro. O Royal Oak era da Audemars Piguet, e não fazia sentido partilhá-lo com quem quer que fosse.
Teve de ser o público, aquele que compra e paga, a valorizar o traço mágico de Genta para que uma ou outra marca lhe passasse finalmente a dar a importância que merecia. Felizmente, a Audemars Piguet é uma dessas marcas, como atesta a entrevista à sua viúva, Evelyne Genta, recentemente publicada em vídeo e que aqui apresentamos.
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